EMBRAPA LANÇA APLICATIVO ECOPIGGY PARA IMPULSIONAR A ASSISTÊNCIA TÉCNICA REMOTA NA SUINOCULTURA FAMILIAR.

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Ferramenta conecta técnicos e produtores via chat e integra dados ambientais, ampliando em até cinco vezes a eficiência no campo e promovendo sustentabilidade na produção de suínos.

 

Uma inovação da pesquisa agropecuária vai fortalecer a assistência técnica remota a produtores familiares de suínos em todo o Brasil, com qualidade e em larga escala. O aplicativo EcoPiggy, desenvolvido em parceria entre a Embrapa Suínos e Aves (SC) e a ManejeBem – Assessoria em Agricultura Sustentável Ltda., conecta em tempo real, via chat, técnicos, suinocultores, e organizações envolvidos na gestão ambiental da produção. De acordo com o Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), a assistência técnica e extensão rural (Ater) pode elevar em até 365% a produtividade agrícola.

“O déficit de profissionais especializados e as barreiras de acesso limitam o atendimento presencial, comprometendo a adoção de boas práticas em conformidade com normativas ambientais. O EcoPiggy entra nesse cenário para fornecer apoio remoto e qualificar a tomada de decisão no campo”, explica o pesquisador da Embrapa Marcelo Miele, líder do projeto. Nesse contexto, o aplicativo incorpora tecnologias que otimizam o atendimento ao produtor, ampliando em até cinco vezes a eficiência das equipes de campo da ManejeBem.

O aplicativo EcoPiggy reúne um conjunto de recursos de coleta de dados simplificada, relatórios automáticos e integração campo-escritório que facilitam o planejamento, o acompanhamento e a comunicação entre técnicos e produtores na aplicação das boas práticas de manejo dos dejetos e uso na adubação agrícola. A ferramenta disponibiliza ainda conteúdos técnicos sobre gestão da água, formulários para planejamento agrícola e painéis de controle com indicadores de nutrientes e custos.

Outro diferencial do aplicativo é a integração com outras soluções importantes da Embrapa, como o Sistema de Gestão Ambiental da Suinocultura (SGAS), criando um ecossistema de dados de gestão ambiental mais completo. “Ele foi desenvolvido com base em conhecimento científico e envolve especialistas da área ambiental da Embrapa, com agilidade e expertise tecnológica de uma Empresa que conhece e atua no mercado de ferramentas integradas de atendimento ao produtor e coleta de dados do campo”, comenta o pesquisador.

O aplicativo é leve e amigável para o usuário e oferece como uma das principais vantagens a integração do chat ao WhatsApp, o que facilita o contato do técnico com o produtor. “O aplicativo precisa de conectividade, mas algumas funcionalidades podem ser usadas off-line, como o chat, onde o produtor pode fazer seus questionamentos, colocar as informações e assim que tiver acesso à internet, faz o upload do material indicado pelo técnico”, pontua Juliane Blainski, CEO da ManejeBem.

O EcoPiggy é estrategicamente focado em produtores de suínos de pequeno porte, que historicamente possuem acesso limitado à assistência técnica. Ao ampliar o apoio técnico, ele viabiliza o acompanhamento e a análise de dados, promovendo a sustentabilidade e a produtividade. “O trabalho foi desenvolvido em torno desse propósito: auxiliar na relação entre técnicos e produtores, permitindo que as atividades de Ater sejam realizadas também à distância — antes, durante ou após visitas presenciais”.

Blainski reforça que essa é a missão da ManejeBem, o desenvolvimento de pequenos produtores, independente da cultura que eles atuam. “Ao olhar os desafios da suinocultura, especialmente as questões ambientais, percebemos nas primeiras abordagens junto aos produtores a necessidade de educação, conscientização e conteúdo prático e técnico para esse público. Hoje, o app está desenhado para técnicos, para que eles façam essa ponte entre o conhecimento e a aplicação junto ao produtor. Isso foi o que nossa interação de campo mostrou”, destaca.

Todo esse trabalho de campo foi acompanhado de perto pela equipe da Embrapa, que visitou suinocultores e técnicos na região de Concórdia (SC) e Palmitinho (RS). De acordo com o pesquisador Marcelo Miele, essa etapa foi muito importante para validar e ajustar o software de facilitação da assistência técnica e extensão rural, no conceito de Ater Digital, na temática ambiental. “Verificamos na prática o que estava sendo desenvolvido e como isso impactaria. Foram momentos de interação que permitiram ajustes importantes”, detalha.